sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Casa de papel



Uma excelente iniciativa dos alunos de arquitetura da escola Bauhaus, foi a criação de uma casa de papel. A "The Universal World House" é executada com painéis fabricados pela empresa suíça The Wall AG, que detém a patente do material usado.


A estrutura é composta de papel reciclado (de jornais e papelão), agregado de resina e celulose e feita em formato de favos de mel. Esta forma é similar a usada em construções de aviões e outros produtos em que peso leve e resistência são fundamentais.


As casas foram desenvolvidas principalmente com intenção de ajudar em casos de desabrigados, refugiados e sem teto. Ela mede 36m2, com dois quartos, cozinha e varanda e pode ter inclusive um volume extra para banheiro (adicional).


O preço fica em torno de U$ 5.000,00; Na verdade, para os reais necessitados é bastante, mas alguns governos, como na Nigéria, já implementaram-se 2.400 unidades. As casas foram testadas também na América Latina e aprovadas pelos usuários. Para se ter uma idéia, no furação Ike, que assolou a costa do Texas nos Estados Unidos, foi cogitada a compra de trailers para abrigar as pessoas com custo de U$ 20.000,00 cada. Com o mesmo valor, pode-se ter quatro destas habitações.


Com certeza é uma forma criativa e rápida de solucionar um abrigo de emergência.
Fontes:

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um posto de gasolina "verde".... Contraditório?

Um posto de abastecimento que se propõem "green". Parece um tanto contraditório que um local de venda de gasolina tenha uma caráter mais sustentável, mas isso existe na terra onde mais se consome combustíveis fósseis no planeta.

Em Los Angeles, um posto com arquitetura super high tech, tem elementos de composição do seu prédio bem menos agressivos ambientalmente que o seu carro chefe de vendas.

Segundo a BP, marca da revenda de combustíveis, não se trata de somente um protótipo da "estação de abastecimento do futuro", mas sim um posto para que a vida de hoje seja um pouco melhor, um laboratório de idéias para outros estabelecimentos do gênero eonde as pessoas possam trazer e difundir algumas idéias novas.
Parecem ter boa intenção, mas que o posto ganhou clientes e curiosos com esta inovação, ganhou.

Eles utilizam alguns elementos green, como cobertura verde, iluminação super eficiente e com baixo consumo, materiais de construção reciclados e ou sustentáveis.

Tem até um sistema de filtragem que drena quaisquer gotas de gasolina que pingarem para fora no solo, antes de serem direcionadas para o sistema fluvial.
O projeto parece meio exagerado, mas ganhou vários prêmios e foi eleito como um dos postos de gasolina mais bonitos (questão de gosto pessoal, não?).

Ah! Eles tiveram umas idéias de comunicação visuais ótimas nas bombas. Ao invés das nomenclaturas comuns de "super", "master", "top", dizem: "boa", "melhor" e "ótima"... Mais uma maneira de aproximar as pessoas do produto.
Alguns postos já introduziram novos combustíveis e usam estes elementos como diferencial.
Ainda que seu produto base seja questionável, enquanto for necessário abastecer, melhor que seja desta forma, ao menos vai-se conscientizando o público. Mais um bom papel para a arquitetura como base de educação e informação.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pequenos detalhes de um museu

















Foto: Fachada Menil Collection



Com pequenos detalhes num projeto e usando-se da criatividade, pode-se fazer com que se elimine, ou ao menos se reduza bastante, o uso da lua artificial, trazendo não só economia, mas também uma qualidade visual e ambiental muito superiores.




Um ótimo exemplo é o Museu Menil Collection, em Houston Texas, em que estive numa tarde nublada e de infernais 42 graus.
















Foto: Fonte em Frente ao Rothko Chapel




Ele Fica localizado numa região que é conhecida como a "Museum District" de Houston, pois lá também situam-se a Rothko Chappel (com as imagens hiper minimalistas de Rothko, que fazem o espectador simplesmente meditar), o Museum of Fine Arts, o Jardim das esculturas, O Museu de Ciências Naturais, o Health Museum, o Museu de Arte Contemporânea, a capela de afrescos bizantinos, entre vários outros e inúmeras galerias de arte contemporânea. Os museus e espaços culturais concentram-se numa zona basicamente residencial e universitária, com ruas calmas e bem arborizadas.
Este museu foi pensado primeiramente pela família Menil para ser executado com o grande arquiteto Louis Kahn. No entanto, o falecimento do patriarca dos Menil em 1972 e em seguida a morte de Kahn, deixou este projeto em suspenso. A idéia inicial era de reformar uma das residências da região, da década de 20.



No entanto, este projeto foi retomado pela Sra. Dominique de Menil somente na década de 80, chamando Renzo Piano para o trabalho. Ele ficou conhecido por seu trabalho em conjunto com Richard Rogers no Centre Georges Pompidou em Paris.




Os planos inciais de uma reforma foram deixados de lado e ao invés disso, criou-se um novo volume, inserido na malha urbana existente, compondo de forma harmônica com as residências no entorno. Estas foram pintadas com a mesma cor do museu, criando uma unidade. Este cinza esverdeado ficou até conhecido como "cinza Menil", devido a característica própria que deu à região.



Foto: Rua no entorno do Museu.





Realmente tem-se uma sensação de tranquilidade em todas as quadras, andando-se de uma a outra entre as árvores e os prédios das coleções. Foram criados caminhos sinalizados entre os diversos prédios, possibilitando a visita a todos com uma sequencia lógica e fácil.




O Menil, apesar de parecer compacto do lado de fora, é extremamente amplo no seu espaço interno. Isso se dá especialmente pelos grandes painéis de vidro e o ótimo sistemas de brises que proporcionam uma luz natural perfeita à visualização das obras.
Este sistema de iluminação, mesmo num dia nublado e com chuva (situação em que estive), permite a fruição sem necessidade de iluminação extra. Somente em alguns detalhes e obras específicas, dá-se um enfoque de iluminação artificial. Além disso, a iluminação superior é trabalhada de forma a mimetizar o efeito da luz natural existente durante o dia.

Este efeito de luz natural foi pedido direto da Sra. Menil e Renzo se inspirou em dois fatos, uma construção no Kibutz Ein Harod pelo arquiteto Samuel Bickets, que usou de telas nas zenitais, filtrando a luz direta. A segunda inspiração foi o próprio barco de Renzo Piano, que utilizou a forma em formato de folha curvada, feita de ferro-cimento, o que além de proporcionar uma unidade nos blocos do prédio, proporciona o controle da iluminação natural e retorno de ar.




Posso dizer que lá dentro não se percebiam os 42 graus e nem a chuva, só seu barulho...

Foto: Anexo Menil


Imagens - Ana Dreyer