sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ação Telhados Brancos

Uma nova e ótima ação incentivada pelo GBCB (Green Building Council Brasil), é a "Onde Degree Less", através de um vídeo que tem como intenção divulgar algumas pequenas mudanças de atitudes que podemos tomar para ajudarmos na preservação do nosso meio ambiente.
Um dos fatores que mais aumentam o aquecimento global é o efeito "ilha de calor" (heat island effect). Ele é provocado pelo uso excessivo do asfalto, superfícies não permeáveis, coberturas de cores escuras, entre outros, nas cidades.

O conceito é que simples atitudes, como pintar os telhados de branco, já ajudam a diminuir sensivelmente o aquecimento do ar. Materiais com alto índice de reflexão, superfícies claras, limpas, aquecem menos. Não só ajudam na temperatura externa, como também ajudam no equilíbrio da temperatura interna das casas (o que em nosso país tropical, num dia quente de verão é extremamente bem vindo).

Esta colaboração do telhado branco vai além, pois com menor necessidade de resfriamento interno, menor necessidade de uso do ar-condicionado, ventiladores e consequentemente menor gasto energético.

Se for reformar, construir, ou dar uma indicação para alguém, pense na possibilidade de uso de materiais claros para as coberturas. Ou simplesmente pinte de branco!
Veja a reportagem da Band com entrevista sobre este assunto:



Vídeo Ação Telhados Brancos:


Assista!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Green Building - Inovações Tecnológicas

Uma das áreas da construção que vem mais recebendo inovações e incentivos de melhorias e incremento é dentro da construção verde e sustentável. Novos materiais mais eficientes em termos de isolamento térmico, menos poluentes, menos descartáveis.

Quanto à energia, a automação vem ganhando com sistemas inteligentes de balanceamento de luz, de acordo com a iluminação externa proveniente da rua, bem como uma maior adaptação aos gostos pessoais das pessoas.

Até mesmo itens tidos como meramente decorativos, podem trazer benefícios enormes, como persianas e cortinas de materiais que filtram os raios uv.

Não é somente a casa da árvore que é verde, nem a que foi totalmente construída de bambu. Alta tecnologia associada à inovação e ao desejo de manter a natureza mais protegida, são as formas mais atuais de fazer um green building.

Vejam este vídeo sobre a feira greenbuilding, que ocorreu ano passado em Boston, reportagem da CNN, Fortune.
http://money.cnn.com/video/ft/#/video/fortune/2008/12/02/fortune.bg.greenbuild.fortune


Tradução livre deste vídeo:

Reporter - "Olá, bem vindos ao "business green" da Fortune. Viemos esta semana na feira "greenbuilding expo", em Boston. Aqui, inovadores na área ambiental se reúnem para discutir as últimas tecnologias em economia de energia e materiais para greenbuildings."

Scot Horst, LEED AP, USGBC - "A grande coisa deste movimento é o que você vê aqui, não é sobre ambientalistas dizendo às pessoas de negócios o que elas devem fazer. É sobre uma abordagem de colaboração, procurando verdadeiras formas de fazer esta terra um melhor lugar."

Reporter - "É difícil de acreditar que os prédios contribuam com 39% das emissões de carbono, mas estas novas tecnologias mostram produtos que contribuem para a limpeza do ar."

Reporter -"Claramente este local está lotado, muitas pessoas aqui, porque tanta gente está interessada em greenbuildings no momento?"

Nadav Malim, editor da buildinggreen.com - "Veja, o crescimento desta conferência é inacreditável, ano após ano ela cresce de 30% a 40% e eu acredito que há muito interesse em "green" em geral e este parece ser o evento que reúne mais pessoas. Você encontra palestras, discussões técnicas e conferências que fazem você pensar - "esta é a tecnologia verde, esta é a melhor forma de projetar uma residência verde" - e podem ver nesta feira estes ótimos produtos e ver as coisas mais novas."

- "A Lutron (empresa de automação para iluminação) tem esta sofisticada interface que permite você controlar a quantidade de luz proveniente das luminárias baseada em quanto de luz do dia está entrando no espaço e também baseado no seu humor, basicamente em quanto de luz que você quer pessoalmente."

- "Foram projetadas estas persianas, que permitem a passagem de uma porcentagem de luz e elas se movem para baixo e para cima baseado onde o sol se encontra no céu. No prédio do New York Times foi usado um sistema similar e eles documentaram literalmente uma economia de 70% de energia."

- "Então você reúne estes módulos e coloca-os no canteiro de obras, como se fossem legos e você constrói paredes de 8" a 10" (aproximadamente 2,45m a 3,05m), exatamente como uma parede convencional. Imagine que você monta a forma, enche de concreto, mas desta forma você não perde nada, pois a forma toda permanece no local..

Reporter - "..e forma um isolamento também..."

Nadav Malim - "Exatamente!"

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

PRINCÍPIOS DO DESIGN SUSTENTÁVEL

A base do design sustentável pode ser baseada nos seguintes princípios:

DESPERDÍCIO = ZERO:
-Reduzir o lixo e sobras do processo de construção, reformas e operações dos edifícios;
-Usar da máxima: "Menos é Mais" na utilização dos recursos;
-Usar design mais flexível, permitindo o uso de longo prazo;
-Encorajar reuso dos materiais e evitar emprego de recursos escassos.

ADAPTAR-SE AO AMBIENTE LOCAL

-Usar estratégias locais;
-Estimular a diversidade;
-Adaptar a forma à função.

USAR RECURSOS "GRÁTIS":
-Uso de materiais e energias renováveis;
-Uso de recursos naturais presentes no local e abundantes.

OTIMIZAR AO INVÉS DE MAXIMIZAR:
-Reduzir dependência de sistemas mecânicos;
-Buscar soluções sinérgicas.


CRIAR UM AMBIENTE SAUDÁVEL:
-Proteger ecossistemas sensíveis ou em perigo;
-Encorajar a recuperação de locais com sistemas naturais degradados;
-Encorajar a criação de comunidades com usos mistos e amigáveis ao uso de pedestres;
-Criar ambientes saudáveis, livres de materiais tóxicos;
-Promover ambientes integrados ao espaço externo e natureza, com vistas e conexões externas;
-Fornecer controles de ajustes pessoais;
-Criar oportunidades e canais para expressão individuais dos ocupantes;
-Buscar oportunidades para melhorar o bem estar social dos ocupantes.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O QUE É LEED?

A sigla que em inglês significa “Leadership in Energy and Environmental Design” (LEED®) é um sistema de pontuação para definir e certificar um Green Building. Criado nos EUA pelo USGBC (United States Green Building Council). É uma forma de termos a certeza que um prédio seguirá conceitos sustentáveis, pois é necessário atingir um número mínimo de pontos para obter-se a certificação.

Foi criado nos EUA em 1993 como projeto piloto para que a indústria da construção pudesse ter um sistema de que mensurasse o quanto um projeto é realmente verde. Através da pesquisa de métricas e sistemas de normas o USGBC criou o primeiro padrão LEED® em 1998 (LEED® versão 1.0).

É implementado através de comitês multidisciplinares compostos de: arquitetos, engenheiros, construtores, incorporadores, advogados, corretores de imóveis e todos os demais envolvidos com a indústria da construção. Como existem diversos avanços na área, o LEED® é um sistema em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento, incorporando permanentemente novas tecnologias a cada atualização. O LEED® está em constante desenvolvimento e em 2009 será lançada uma nova forma de certificação que visa melhorar os conceitos já adquiridos e incorporar novas tecnologias e usos.

São elabaoradas diferentes categorias de pontuação para cada tipo de edificação: como residências (ainda não disponível no Brasil), construções novas de prédios comerciais, residenciais ou grandes reformas, certificação para o esqueleto e fachada do prédio (utilizado quando o edifício será destinado a aluguel de sala, por exemplo), escolas, estabelecimentos de saúde, lojas e interiores comerciais. Alguns itens estão ainda em desenvolvimento, mas a idéia é incorporar todos os tipos de edificação, cada qual com sua peculiaridade a fim de obter uma certificação mais ajustada a cada necessidade.

Esta ferramenta pontua os projetos e obras que sejam executadas de acordo com diversos parâmetros nas áreas de:

Sustainable Sites – Terrenos;

Water Efficiency – Eficiência no uso da Água;

Energy and Atmosphere – Energia e Atmosfera;

Materials and Resources – Materiais e Recursos;

Indoor Environmental Quality - Qualidade do Ambiente Interno;

Innovation in Design – Inovação de Projeto.

PORQUE CERTIFICAR?

Ser reconhecido como empresa ou indivíduo por seu comprometimento com o meio ambiente, frente a sua empresa, seus pares, e na sua área de atuação e adquirir uma validação por parte de terceiros, confirmando a sustentabilidade da edificação.

Com isso, pode-se obter maior qualificação para investimentos e financiamentos. Outro ganho é em questão de marketing: tanto devido à exposição no site do USGBC como estudo de caso, eventos, mídia, quanto frente ao público consumidor e comunidade.

Ao implementar o LEED®, há um maior comprometimento do projeto, obra e manutenção, do início ao fim com a proposta de sustentabilidade, o que é obtido através da união de uma equipe multidisciplinar comprometida com a execução de um projeto sustentável.

Fontes:

http://www.usgbc.org/


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Green Buildings – Breve Histórico

Hoje falamos em green buildings e edificações com sistemas passivos. Claro que devido à necessidade de repensarmos as formas como utilizamos nossos recursos, este assunto entra cada vez mais em pauta e importância no dia a dia. Mas ao longo da história da arquitetura, temos exemplos de edificações baseadas em conceitos mais "verdes".

Apesar de ser falado com maior frequência nas duas últimas décadas, faz algum tempo em que algumas edificações são pensadas com sistemas passivos, como a Galeria Victorio Emanuelle em Milão, e o Cristal Palace de Londres, que utilizam em seus projetos câmaras de circulação de ar subterrâneas para resfriamento e exaustores de ar nos telhados.

O Flatiron Building de NY e o Edifício do New York Times empregaram janelas recuadas, para proporcionar sombreamento na fachada.

O Rockfeller Center, de 1932, utiliza-se de janelas operáveis e jardins nas coberturas.

Boas práticas de arquitetura, muitas vezes simples de executar, como boa orientação solar, utilização de brises e sombreamentos, proporção dos sistemas entre outros, trazem benefícios que são incorporados nos prédios verdes.

Pensamos então, porque estes conceitos não evoluiram e foram melhorados? Onde esquecemos? Alguns fatores fizeram com que algumas boas práticas fossem esquecidas, tanto pela facilidade tanto quanto pelo conforto.

DEPENDÊNCIA DO AC - A criação do ar-condicionado, numa época em que a energia fóssil era tida como abundante, fez com que houvesse um boom de grandes edificações, totalmente climatizadas, sem a necessidade de interação com o espaço externo.

INTERNATIONAL STYLE- O boom do pós guerra nos EUA, fez com o surgisse o International Stile, marcado pelos arranha-céus de vidro. Tomou conta do mundo realmente.

No entanto, por volta dos anos 70, quando percebeu-se que a crise energética era uma realidade, alguns arquitetos começaram a visualizar outras propostas mais ecológicas. Alguns ambientalistas, arquitetos e ecologista, como Victor Olgyay (Design with climate), Ralph Knowles (Form and Stability) e Rachel Carson (Silent Spring) começaram a alertar para os problemas que seriam advindos deste sistema construtivo, se não houvessem maiores regras e observações nos projetos.

CRISE DO PETROLEO - Quando houve a crise e a gasolina aumentou absurdamente (aqui no Brasil com a crise do petróleo) é que as pessoas começaram a realmente pensar um pouco mais na questão ambiental.

Vale então, retomarmos alguns conceitos básicos de projeto (estudos de ventilação, iluminação, boa orientação solar, aproveitamento da vegetação, entre outros). A maior parte é muito simples de ser executada: basta ser incorporada nos conceitos iniciais do projeto. Isso fará com que seu custo seja muito baixo ou nulo e o ganho em qualidade ambiental (tanto externo quanto interno) enorme.

Porquê construir verde?

A maior parte da população vive hoje em cidades. Transformamos nosso ambiente para abrigo, conforto e segurança. Infelizmente, trouxemos algumas consequencias negativas ao nosso ambiente. Nossas edificações são em média responsáveis por:

40% do consumo total de energia no mundo - sendo 33% no setor comercial e 67% no residencial. A previsão é de que até o ano de 2025 tenha um crescimento de 45% desse consumo se nada for alterado;

Emissão de 35% do carbono lançado na atmosfera. E pode haver um aumento de 92% nessas emissões até 2050 se nada for feito.


17% do consumo total de água potável;

25% de consumo de madeira nativa;

50% da produção de CFC;

40% da produção de lixo e entulho.

As edificações, suas obras e a resultante de seu consumo de recursos e consequentes descartes, trazem um grande impacto ambiental. O impacto do aquecimento global já é fato. Com a atual situação, segundo o IPCC, devem-se fazer ajustes nos sistemas humanos e naturais, possibilitando a resposta às mudanças climáticas e abrandando seus prejuízos.

É preciso repensar a arquitetura das cidades e prepará-las à nova realidade. Se transformarmos pequenas atitudes diárias, já diminuimos este impacto.

Somente no fator energia, um green building consegue reduzir de 28% a 48% do consumo de uma construção convencional (sem implementação de conceitos sustentáveis).