Muito interessante a reportagem do New York Times esta semana sobre o aumento das relações de troca (escambo) nesta época de crise.
Lembro que num Forum Social Mundial em Porto Alegre em 2001 participei de um grupo de discussões sobre o assunto, por curiosidade.
As pessoas apontavam vários pontos positivos (como não ter que desembolsar dinheiro efetivamente, por exemplo), mas as vezes ficavam desapontadas com não concordar com o peso da troca. Claro que tendemos a achar que o nosso produto - que pode ser serviço, objetos, comida, massagens, enfim, qualquer coisa - vale um "x" e o outro talvez seja "x-1", criando uma certa frustação. Com isso, chegaram a pensar em criar cotas de valores fictícios para cada tipo de produto. Mas aí já vira outra forma de dinheiro e não de troca, não é verdade?
No entanto, quando feito através de amigos, conhecidos, isso tende a se tornar mais interessante e a discussão do valor pode ser melhor. Costumo valorizar e incentivar trabalhos de amigos e parentes, achar o máximo cada conquista. Isso agrega um valor extra ao trabalho deles, ao meu ver, e posso com isso até oferecer mais um pouco do meu a eles.
Com minha irmã costumo efetuar este tipo de troca. Ela me dá direito de uso das fotos que ela faz para eu colocar no blog, site e para decorar minhas paredes e em troca estou fazendo o projeto do novo consultório dela. Ambas valorizamos o trabalho, conseguimos material de qualidade e não precisamos desembolsar valores efetivos. E a coisa também não fica de uma via única. Trocar é ótimo quando o ganha-ganha é evidente.
Acredito que quando a coisa parte para fora é mais difícil, mas não impossível de chegar num acordo.
No artigo do NYT, eles citam alguns sites americanos em que as pessoas oferecem seus produtos em troca de outros serviços, como o swaptree.com e o craigslist.com. E eles tem aumentado muito o volume de troca, 40% em relação ao ano passado segundo os proprietários destes sites.
Aqui no Brasil, tem o site Xcambo. Eles até dão uma "aulinha" inicial sobre o que é o escambo e comentam que o melhor é indicar amigos e amigos de amigos para as trocas. Se funcionar é bem interessante mesmo. http://www.xcambo.com.br/.
Um comentário ótimo da Alina, reporter do NYT, é de que ela gostaria de ser massagista na próxima vida, pois parece que qualquer pessoa troca qualquer coisa por uma boa massagem... Verdade, hehehe...
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