terça-feira, 7 de abril de 2009

Lelé - Arquitetura Brasileira e Sustentável na Concepção do Edifício

Hospital Sarah Kubitschek (Salvador), projeto de João Filgueiras Lima/Divulgação


Impossível falar de arquitetura sustentável no Brasil sem destacar a importância fundamental do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé. Ele que além de ter colaborado de forma intensiva desde o início das construções de Brasília junto à Lucio Costa e Niemeyer e precursor do uso de sistemas construtivos pré-moldados, fez uso excelente da iluminação e ventilação naturais em seus projetos.

Seus conceitos de iluminação e ventilação natural são extremamente bem resolvidos nos Hospitais da Rede Sarah Kubitschek (entre outros de seus projetos), em que a existência de coberturas em sheds faz com que os sistemas estejam integrados e unidos.

Esquema explicativo do sistema de ventilação do hospital:baixo consumo de energia e ótimo conforto térmico.


Um dos princípios básicos da sustentabilidade é consumir menos, ou de forma controlada, a fim de não prejudicar as necessidades futuras. E arquitetura deve (ou deveria) colaborar com isso, utilizando-se da própria concepção do espaço construído como uma forma de prover o máximo e melhor possível das necessidades de abrigo, iluminação, proteção, ventilação e conforto, minimizando ou até mesmo eliminando os recursos mecânicos e artificiais.



Vista Aérea Hospital Sarah Rio de Janeiro - Fonte: My Zoom

Infelizmente, por isso que coloco o "deveria" acima, raramente são observadas maneiras simples de compor a arquitetura com as leis físicas da natureza em nosso benefício. Entrar a luz visível para termos claridade no ambiente e não necessitarmos de iluminação artificial - sim, extremamente bem vindo! Mas o componente calor que está presente na luz solar - não, pois como ele aumentamos a necessidade de refrigeração. Aumentar a ventilação sim, especialmente em nosso clima na maior parte do país quente e úmido, mas saber controlá-lo de forma a manter aquecimento quando necessário também é importante. Ou seja, não adianta acrescentarmos vidro indiscriminadamente sem proteção adequada. Não adianta não nos preocuparmos com a orientação e localização do prédio. Deve-se sempre ver o todo, entender a dinâmica entre o entorno e o edifício.



E este grande arquiteto nos apresenta soluções que além de eficientes para resolução dos sistemas da edificação possuem uma linguagem única, beleza plástica e solução integrada com os programas de necessidades dos prédios que executa.

Hospital do Aparelho Locomotor, Salvador-BA, de João Filgueiras Lima, o Lelé: na foto, a área de espera para atendimento.Foto: TEC. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/hospitais-anos-90-08-02-2001.html



Nos projetos da rede Sarah são usados para incrementar ainda mais esta eficiência jardins internos, em diferentes níveis. Com isso, atende não somente as necessidades físicas, mas também um importantíssimo composto para o bem estar que devem estar presentes num green building: as visuais, a natureza presente no espaço, o intercâmbio entre o espaço interno e externo.

Fonte: www.vitruvius.com.br


Que ele inspire mais qualidade, mais harmonia. Estamos precisando!


Para saber mais:

Livro:
João Filgueiras Lima - Lelé. Editora: Editorial Blau. Edição: 1ª


Fontes:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq064/arq064_03.asp
http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/1689,1.shl
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/175/architekton-lele-o-mestre-da-arte-de-construir-104932-1.asp

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